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The Trip to Gort - Mairtín O’Connor

Atualizado: 22 de abr. de 2023

Não sei se vocês sabem mas bem próxima da cidade de Galway existe uma pequena cidade chamada Gort que é muito famosa por conta de uma antiga e massiva imigração de brasileiros que ocorreu na década de 90. Foram muitos brasileiros que saíram do estado de Goiás e se mudaram para esta cidade para trabalhar no frigorífico e por lá estabeleceram suas vidas.


Atualmente a cidade é muito famosa pelos residentes terem uma aparência brasileira mas boa parte deles não falar português. Os irlandeses também costumam falar que o clima da cidade e o ambiente são diferentes dos demais da Irlanda. São aproximadamente 2.500 vivendo nesta cidade atualmente.



Pessoalmente, ainda não tive a oportunidade de ir até lá, mas a vontade e a curiosidade estão latentes.






Mas por que eu estou contando isso? Porque o músico renomado Mairtín O’Connor, fazendo uma viagem em que ele passava por esta cidade, Gort, acabou por compor uma música em que descreve a sua sensação ao sair de uma cidade tipicamente irlandesa, passar por Gort onde, segundo ele, as nuvens somem e o sol aparece, e chegar em outra cidade irlandesa.


A música, The Trip to Gort, é realmente bem interessante pois começa com um ritmo de Jig, bem típico da música irlandesa e faz uma bela mudança para um reel mas que parece ter uma pegada de algo entre o choro, o samba ou até mesmo o forró.


A harmonia e a melodia usam bastante elementos da música brasileira como o famoso II - V7 - I (dois, cinco, um) que é uma cadência bem comum em estilos brasileiros. E a rítmica transita bem entre as duas nações pois, em alguns momentos, eu quase consigo ouvir um pandeiro em semicolcheias com uma acentuação bem chorada ou até mesmo um triângulo forrozeando. Mas ao mesmo tempo, poderia ser um reel tranquilamente. Poderia ter uma formação de 7 cordas, cavaquinho, pandeiro e flauta, poderia ser tocada por bodhrán, violão de 6 em DADGAD e um fiddle, enfim, Brasil e Irlanda estão se dando muito bem neste casamento de festa junina cujo padre foi Mártín O’Connor.


Deixo vocês aqui com este vídeo de Mairtín O’Connor (no acordeon de botão), Donal Lunny (no violão) e Zöe Conway (no fiddle) executando com maestria esta bela obra de união entre os dois países.





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