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Around The House: Entrevista com a banda paulistana Tunas Celtic Band

Atualizado: 30 de ago. de 2021



Uma das bandas brasileiras de música celta com mais anos de trajetória e história para contar, o grupo paulistano Tunas Celtic Band está ativo desde 2009, se apresentando e divulgando a cultura trad no Brasil. Eu tive a alegria de fazer parte dessa banda por um período e aprender muito com os músicos experientes que integravam a banda na época - e também me lembro de momentos divertidíssimos nos ensaios e na estrada a caminho dos shows.

Atualmente, a banda é integrada pelo vocalista, fiddler e bandolinista Rik Dias; Marcus Disessa nas whistles; e Gustavo ‘Big’ Simão no violão e no baixo. Com um repertório cheio de canções e tunes animadas, a banda sempre agita o público por onde passa.

Convidei Rik Dias para nos contar um pouco mais sobre a história da Tunas:

 

Como foi que a Tunas começou?

Rik - Oi Mila, apesar de já ter tocado em outras bandas e organizado sessions anteriormente, houve um momento em que percebi maior interesse por parte de estabelecimentos e instituições para com a música irlandesa - na época, a session no Olivo Bar estava indo bem e havia um quorum suficiente de músicos para se pensar em algo. Eu, o recém-chegado americano Danny Littwin e o irlandês Stephen Little começamos a nos organizar para isso e após alguns ajustes, trocas de membros e instrumentação - como você deve se lembrar - escolhemos e votamos pelo nome Tunas como um trocadilho com "tuners" - em inglês - afinadores/tocadores de melodias, as "tunes". Com sotaque britânico faz algum sentido (risos). Em que momento vocês se consolidaram como trio?

Rik - Após a separação da formação inicial, eu quis continuar com o conceito e chamei velhos parceiros com os quais tocava em outros estilos também - o Battello e o Tonella. A demanda cresceu nas instituições, encontrei espaço para mais instrumentação e chamei você de volta na flauta, no bodhrán o Rodrigo Almeida e o Gustavo Lobão em diferentes ocasiões e o Marcus Disessa que estudava whistles. Com o tempo e diferentes demandas, Gustavo "Big" Simão , que já havia trabalhado comigo na produção do meu cd "Fazendo a Coisa Celta" se uniu a nós e por fim restaram ele, Marcus e eu em uma época que decidimos nos expandir mercadologicamente. O resto é história recente, vocês podem conferir em nosso Instagram @tunascelticband. Temos amigos que tem estado conosco como convidados queridos também em algumas ocasiões: Tiago Connall, Felipe Junqueira e Bruno Panichi.

Como vocês descrevem a sonoridade da banda?

Rik - Acho que a Tunas tem seu apelo único pois Gustavo e eu temos um background extenso de rock e fusion e o Marcus curte algumas paradas de world music em geral, que acabam com certeza nos influenciando ao arranjar e na forma de nos expressarmos. Fazemos música celta irlandesa e escocesa, mas deixamos essas raízes se mostrarem aqui e ali, de maneira natural e não-intencional. Quais são suas maiores influências?

Rik - Em termos de "celtic music", uma referência comum, constante e sólida para os 3 atuais integrantes é a Lúnasa, banda irlandesa. Eles têm mais integrantes que nós, mas escutá-los torna interessante o desafio de deixar o nosso som mais cheio. Como compositor e letrista, Andy Irvine. Individualmente ouvimos coisas bem diferentes, mas isso só contribui para não engessarmos nada: Big é fã de música oitentista em geral, em especial punk e pop; Marcus gosta de world music e MPB; eu de rock, bluegrass e música instrumental em geral. Vocês gostam de trazer diferentes estilos de música para o repertório, junto à música tradicional irlandesa?

Rik - A Tunas toca de vez em quando alguns covers em pubs porque gostamos, mas procuramos sempre primar pelo que nos propomos - levar a música tradicional irlandesa como nossa bandeira principal.



Qual foi o momento mais marcante da história da banda até agora?

Rik - Marcante e profissionalmente para mim é a constância surpreendente com a qual conseguimos nos apresentar até agora, mais do que um único evento - sinal de bom trabalho e apreço. As pessoas bacanas e histórias engraçadas pelas quais passamos nessa estrada são o que de fato fica como marcante. Quais são as maiores adversidades que vocês encontram como uma banda de música celta?

Rik -Especificamente no nicho, todos necessitamos de maior espaço e mais eventos para expormos nosso trabalho. A internet facilita isso até certo ponto mas só através de educação e conhecimento geral sobre o estilo é que isso será possível. A Comhaltas Brasil está aí para isso. O consulado irlandês em São Paulo tem dado um apoio fundamental também. Tem alguma novidade por vir pós pandemia?

Rik - Só deus dirá, mas com certeza seguiremos firmes na luta para que aconteça. Por ora, precisamos todos nós de apoio mútuo, conscientização e bom senso para ajudarmos a mudar este quadro e o país.

 

TUNAS CELTIC BAND




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